Grupo de Jovens Ágape

devoltaaoprimeiroamor@gmail.com, Uberlândia MG, Brazil
Para o Grupo de Jovens Ágape aprender a viver uma vida em comunidade à luz dos valores cristãos, constituindo a unidade e comunhão entre o grupo é o nosso maior propósito...afinal somos mais que participantes do mesmo grupo ou simplesmente amigos... o nosso valor principal é fazer parte de uma família...a família Ágape.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Católicos protestantes e os questionamentos à Igreja

Nestes tempos tão difíceis pelos quais a nossa Igreja tem passado, com as denúncias de casos de pedofilia no clero, anunciados pela mídia, temos sido alvo de muitos questionamentos e críticas. Muitas dessas críticas partem de protestantes, ateus e pessoas que não têm uma religião. Mas também somos inquiridos por nossos próprios fiéis, que, talvez por inconsciência, ou talvez por uma falta maior de um comprometimento com a Igreja, questionam certas posições desta e até a sua idoneidade e santidade.

Algumas dessas questões, postas por todos os que se escandalizam com as notícias, são, em primeiro lugar, o valor e a graça do celibato. Dizem que os casos de pedofilia estão relacionados com a obrigação do celibato, imposto pelo Vaticano ao clero. Essa crítica pressupõe muitas idéias relacionadas à vida afetiva e sexual das pessoas, em geral, e dos nossos padres, em particular. Pressupõe, por exemplo, que os seres humanos são seres eminentemente sexuais, e que a vida sexual é um pressuposto de felicidade e saúde para todos. É uma idéia muito disseminada pela sociedade moderna. E na verdade, o sexo, como instrumento de união e comunhão entre os esposos e de co-participação na obra da criação de Deus, pela geração dos filhos do casal, é um aspecto humano belíssimo e altamente louvável e recomendado pela Igreja.

Mas os católicos não podem esquecer que existe uma vida muito mais digna e bem-aventurada, que é a vida da graça. Essa é uma questão muito cara a toda a história da Igreja. É a graça que capacita os escolhidos de Deus a serem castos completamente, na continência plena, em prol de uma entrega muito mais profunda a Deus e ao bem dos fiéis. Nós, mais do que ninguém, não podemos perder a consciência do valor sagrado do sacerdote. Esta mesma palavra é composta de outas duas do latim: sacer, sagrado, e dotis, dom. Ou seja, o sacerdote é um dom sagrado de Deus aos homens e de si mesmo a Deus. O sacerdote é um homem sagrado, abençoado. E, se a Deus nada é impossível, a sua vontade soberana, pela graça, capacita o sacerdote a ser esse homem sagrado no meio de todos nós.

O fim do celibato não seria, assim, solução para o problema da pedofilia, seria sim um agravante, pois negaria a graça de Deus que santifica os seus filhos. Ele tiraria o caráter sagrado do sacerdote, transformando-o num "empregado" da Igreja. Negaria a vocação direta de Deus, transformando o sacerdócio num "emprego" que muitos desejariam por suas vantagens. Além disso, introduziria no sacerdócio um espírito de abertura e relaxamento moral e espiritual que chegaria a piorar o problema, em vez de saná-lo. Com efeito, o que muitos não sabem é que a graça de Deus, ajudada pelas regras severas do Direito Eclesiástico, é a responsável pela ínfima incidência de casos de pedofilia no clero, em comparação com outros setores da sociedade, como entre familiares, e até em outras igrejas. Os casos denunciados de padres pedófilos não chegam a 1 por cento do número de padres existentes, e os que são provados não chegam a 0,1 por cento. E devemos isso à graça santificante de Deus, que não abandona os seus filhos, e, também, à regra do celibato, que lembra aos padres os seus deveres e o seu valor sagrado.

Além disso, alguns católicos chegam a questionar a própria santidade da Igreja. Saídos de nossas missas, não se pejam de falar contra a sua própria Mãe. Com esses devemos ser caridosos, mas também severos, como um bom pai seria com seus filhos rebeldes. Não devemos expulsá-los, mas conscientizá-los da verdade, uma vez que muitos falam por ignorância mesmo. Mas existem, sim, outros que não são católicos de verdade. Esses poderiam ser chamados de "católicos protestantes", pois quase não participam das atividades sagradas, comunitárias e sociais da Igreja e vivem protestando contra erros e pecados que eles nem se dignam esclarecer para saber se realmente têm a dimensão que possuem. A esses devemos deixar a providência divina encaminhá-los a seus lugares já escolhidos por eles próprios, que não é a Igreja. Eles não são católicos de verdade, apenas de nome. E eles mesmos verão isso, quando perceberem que aquilo que exigem de nós, como uma maior aceitação dos valores do mundo de hoje, nunca será aceito pelos obedientes e agraciados filhos de Deus.

Baseado no texto
Escândalo real de uma sociedade pseudo-moralista e pseudo-intelectual
de Eduardo Marques Moreira

Um comentário:

  1. Alguns esclarecimentos:
    A disciplina do celibato é obrigatória aos bispos de toda a Igreja Católica e aos presbíteros da latina. Os presbíteros das Igrejas Católicas orientais (e não me refiro aos “ortodoxos”) podem receber o sacramento do matrimônio, e também os diáconos permanentes de toda a Igreja, que são igualmente pertencentes ao clero, recebendo o primeiro grau do Sacramento da Ordem.
    Apesar de defender o celibato presbiteral, ele é obrigatório apenas desde Trento, e não penso em peso moral neste caso, espiritual e devocional, sim.
    Sobre o sacerdócio ministerial tratado como emprego, já houve. O que acabou gerando um falso entendimento sobre vocação desde o séc. XVII, mas é outro assunto.
    Sobre hereges que se dizem católicos, não podemos defender que não estão predestinados à salvação, pois a Misercórdia e Justiça divina são imperscrutáveis. Roguemos a Deus por eles.

    A Paz do Cristo e o Amor de Maria!
    Carlos Ribeiro.

    ResponderExcluir