Grupo de Jovens Ágape

devoltaaoprimeiroamor@gmail.com, Uberlândia MG, Brazil
Para o Grupo de Jovens Ágape aprender a viver uma vida em comunidade à luz dos valores cristãos, constituindo a unidade e comunhão entre o grupo é o nosso maior propósito...afinal somos mais que participantes do mesmo grupo ou simplesmente amigos... o nosso valor principal é fazer parte de uma família...a família Ágape.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013



Fé na juventude

http://www.cnbb.org.br/site/articulistas/dom-walmor-oliveira-de-azevedo/11364-fe-na-juventude
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte
A Igreja Católica, rumo à Jornada Mundial da Juventude, que será realizada no Rio de Janeiro em julho de 2013, promove a 50ª edição da Campanha da Fraternidade, com o tema “Juventude e Fraternidade”. Neste caminho, a Igreja consolida sua opção preferencial também pelos jovens, consciente dos desafios que tem de enfrentar para renovar sua linguagem, articular seu diálogo, inserir-se nas redes sociais e garantir espaço privilegiado aos jovens na experiência do seguimento de Jesus Cristo, sua mais importante tarefa evangelizadora.
Para a Igreja Católica, particularmente no Brasil, este é um ano da juventude. As grandes metas incluem a oferta de caminhos para que os jovens experimentem o encontro pessoal com Jesus Cristo, na condição de discípulos missionários, com uma presença mais ativa nas comunidades de fé. Assim, é possível fazer crescer os dons e talentos da juventude, ampliando sua participação na busca de uma sociedade mais solidária, lugar de vivência respeitosa e comprometida com o bem comum.
Essa aposta tão importante, no caminho deste tempo da Quaresma, está iluminada pelo horizonte comovedor e evangelicamente rico do anúncio feito pelo Papa Bento XVI, de que deixará o ministério petrino no próximo dia 28. Um acontecimento que remete a Igreja, de modo muito forte, pela envergadura espiritual e moral do Papa, ao mais genuíno da simplicidade evangélica. As inteligências são desafiadas na busca de razões que, elaboradas, ancoram uma decisão de tal porte e tão impactante. As mentes também ganham uma luminosidade incomum que exige assentamento na mais qualificada significação da condição de simples “servos da vinha do Senhor”, como o Papa Bento XVI dizia no dia de sua eleição como sucessor de Pedro, em 2005.
Ainda muito importante, é considerar o desafio posto a todos os que servem na Igreja, impulsionados a uma corajosa revisão na ocupação de cargos e lugares, no desempenho de responsabilidades e na coragem saudável de não gabar-se de nada e nem se considerar, absolutamente, mais importante ou privilegiado. Na apresentação de sua renúncia, o Papa Bento XVI diz que, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância na vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho é necessário vigor, do corpo e do espírito.
Não há inteligência que substitua, estratégias que se equiparem ou ações políticas e diplomáticas que alcancem a estatura e a força transformadora que virá sempre de quem cultiva esse acenado vigor espiritual. Neste momento oportuno, a Igreja percorre o caminho rico e interpelador do tempo da Quaresma, iluminada pelo brilhante testemunho de fé e de profunda intimidade com Deus, na vida e ministério do Papa Bento XVI. É chamada a avaliar, compreender e dar uma resposta adequada ao tesouro inesgotável de sua fé. Entre os muitos capítulos que estão sendo repassados, em busca de posturas e respostas novas, está o compromisso emanado da opção preferencial pelos jovens. A efetivação desta aposta, indispensável, inadiável e sempre atual no caminho evangelizador da Igreja, é um enorme desafio. Supõe muitas e profundas mudanças.
O intocável tesouro da fé, buscado cada vez mais na sua riqueza inesgotável, para ser aprendido e vivido, desafia o caminho pedagógico e formativo da Igreja, exigindo mudanças  iluminadas por uma compreensão capaz de produzir nova lucidez e intuir novas respostas. Não se trata apenas de multiplicar alguns eventos, retomar práticas ou simplesmente dar algumas indicações.  Os desafios são amplos. A cultura midiática, por exemplo, requer um conhecimento mais apurado, com resultados na abordagem das muitas e novas linguagens, para garantir aos jovens a vivência de experiências interativas, diálogos e, particularmente, testemunhos.
Importante, sobretudo neste tempo de Quaresma e na vivência da Campanha da Fraternidade, é cultivar, pela simplicidade evangélica, uma espiritualidade capaz de fortalecer sempre a opção preferencial pelos jovens.


Por Virginia Castro
Grupo Ágape
De volta ao primeiro amor


Uma dor sem limites

Fonte: http://www.cnbb.org.br/site/articulistas/dom-murilo-sebastiao-ramos-krieger/11298-uma-dor-sem-limites
Dom Murilo Krieger
Arcebispo de Salvador (BA)
Nas procissões de Sexta-feira Santa, em muitos lugares, ressoa, inquietante, o canto de Verônica. Fazendo-se intérprete de Cristo, pergunta aos que passam: “Ó vós, que passais pelo caminho, dizei-me se há dor semelhante à minha dor?” Não, não há dor semelhante à de Jesus Cristo, o Redentor, que assumiu os pecados do mundo e se ofereceu ao Pai em oferenda por todos nós. A fé nos ensina, contudo, que algumas pessoas são convidadas a participar de perto da dor do Senhor, completando na própria carne o que falta à paixão de Cristo (cf. Cl 1,24).
Para evitar dúvidas quanto ao que quero expressar, antecipo logo que não é da vontade do Pai que seus filhos sofram. O anúncio do Evangelho é marcado pela esperança e pela alegria. Jesus quer que sua alegria esteja em nós e a nossa seja completa. Se o sofrimento não é da vontade de Deus, como compreender, então, uma tragédia com as dimensões daquela que ocorreu em Santa Maria, na semana passada? A resposta está na liberdade que Deus deu a seus filhos e filhas. Criando-nos livres, deixa-nos fazer escolhas que podem ser certas ou erradas; permite-nos tomar decisões, mesmo que sejam motivadas pelo egoísmo, pela avidez do lucro ou pelo comodismo – decisões que poderão, inclusive, prejudicar pessoas, grupos e até multidões. Ao nos criar livres, o Senhor nos tornou responsáveis por nossos atos e omissões. Um dia responderemos pelo bom ou mau uso que tivermos feito de nossa liberdade.
Não é minha intenção analisar aqui as causas e os culpados de tantas mortes e de tão grande dor. Deixo essa tarefa para quem deve fazê-la, esperando que a façam com sabedoria. Lembro apenas que também as autoridades constituídas são responsáveis por suas escolhas, decisões e omissões, mesmo porque “toda autoridade vem de Deus” (Rm 13,1); portanto, deve ser exercida segundo suas leis. É notório que as boas decisões que as autoridades tomam revertem em benefício para muitos; já as suas más escolhas, a indiferença diante do não cumprimento de normas ou, simplesmente, o não cumprimento de suas obrigações têm, por vezes, efeitos devastadores na sociedade.
“Há dor semelhante à minha dor?” Não acredito que haja dor maior do que a de um pai ou de uma mãe que enterra seu filho ou sua filha. Uma dor assim é imensa, indescritível. Nessa hora, nascem e se multiplicam uma série de “Por quê?”. A impressão que muitos têm é que, havendo uma resposta para tais perguntas, a vida do filho retornará e, então, tudo voltaria ao normal. Esses “Por quê?” são como que um eco daquela pergunta que, no alto da Cruz, Jesus dirigiu ao Pai: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” Jesus se entregava nas mãos do Pai; o Pai estava ao seu lado, recolhendo a oferta que o Filho lhe fazia. Para Jesus, entretanto, era um momento de deserto, de solidão, de sofrimento absurdo. Não havia dor semelhante à sua dor. Já o efeito redentor desse momento não pode ser medido por nós, dadas as suas infinitas dimensões.
Espero dos pais (dos avós, dos irmãos, dos amigos) daqueles jovens da tragédia de Santa Maria que seus inúmeros “Por quê?” sejam unidos ao de Cristo; que se lembrem de que “tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus” (São Paulo, Rm 8,28); que vivam a certeza de que suas lágrimas não são inúteis; que do fundo de sua dor nasça um olhar para o Pai, mesmo que envolvido por algumas perguntas: Como foi possível que tudo isso tenha acontecido? Como vou viver daqui por diante, com essa dor? O que pode e deve ser feito para que outros pais e mães não passem pelo que estou passando? O que posso aprender de tudo isso? Como é a vida eterna, já que, segundo teu Filho, não vale a pena o homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder sua alma?... Das perguntas, poderá nascer uma oração, mesmo que muito simples: Pai, confio em ti. Por isso, coloco em teu coração misericordioso este meu filho, esta minha filha. Não é a oferta que eu gostaria de fazer; é, contudo, o que posso fazer, neste momento de dor que somente Tu és capaz de compreender plenamente.


Por Virginia Castro
Grupo Ágape
De volta ao primeiro amor