Grupo de Jovens Ágape

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Para o Grupo de Jovens Ágape aprender a viver uma vida em comunidade à luz dos valores cristãos, constituindo a unidade e comunhão entre o grupo é o nosso maior propósito...afinal somos mais que participantes do mesmo grupo ou simplesmente amigos... o nosso valor principal é fazer parte de uma família...a família Ágape.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O homem pleno - o humanismo cristão

Existe, mesmo entre nós, cristãos, a idéia generalizada (e que pode ter sido aduzida deliberadamente ou por ignorância) de que a Igreja, em particular, e o Cristianismo apresentam uma história religiosa e doutrinária em que se realizou, por séculos, a idéia de contraposição entre o mundo espiritual e o mundo físico, entre fé e razão, entre a história e a eternidade, enfim, entre o divino e o humano. Grassa a impressão de que por muito tempo a subordinação do homem a Deus, e também da natureza e da vida à eternidade, significou a aniquilação do homem e da vida. No entanto, essa é uma idéia que de maneira alguma condiz com os princípios mais básicos e profundos do Cristianismo e do Catolicismo.

A religião cristã sempre, desde sua fundação por Nosso Senhor, teve como um de seus alicerces o princípio profundamente vivo e atuante, mesmo que de maneira esconsa e silenciosa na maior parte do tempo de toda a sua história, o princípio da dignidade excelsa, intocável, insubstituível e não venal do homem. O ser humano, em sua vida autônoma (embora não absoluta), nunca foi, na construção religiosa que se operou desde Cristo até os dias de hoje, encarado ou apreendido como um mero símbolo na cadeia dos princípios e das verdades religiosas e universais, ou apenas como instrumento de positivação da vontade divina (embora algumas vertentes do Cristianismo assim o sintam), ou apenas como ser criado no intuito extrínseco de viver apenas e exclusivamente para uma finalidade exterior. Embora esteja fundado justamente num aparente paradoxo que consiste em dizer que o valor maior do ser humano está além dele mesmo, o Cristianismo sente, justamente nesse chamado futuro e progressivo de um aperfeiçoamento constante das vocações intrínsecas do homem e da natureza, o valor pleno e supino do ser humano. O homem, pensa e sente o Cristianismo, o homem tem seu valor supremo no ideal de superar-se e desenvolver-se constantemente e de maneira plena, ou seja, em todas as suas facetas e naturezas.

O Cristianismo não é e nunca foi uma religião de verdades cristalizadas e acabadas. A Igreja aceita o princípio do desenvolvimento da verdade, que é o que sempre aconteceu na sua história. O Humanismo Cristão, iniciado pelo próprio Senhor, aos poucos foi acordando os cristãos e os homens para a verdade da dignidade grandiosa e bela do ser humano, que foi assumido irrevogavelmente pelo próprio Deus não apenas como criatura, mas como filho. Somos filhos de Deus no Amor que Ele nos oferece, no Espírito Santo de comunhão, que sempre e em todos os estágios de nossa vida e nossa história nos chama a sair de nós mesmos para amarmos cada vez mais perfeitamente o outro. Esse Amor não é apenas um sentimento pessoal ou mesmo um desejo de pautar nossa vida individual no bem, mas também um princípio comunitário e social de construção da vida conforme os valores humanos e evangélicos. Cristo nos mostrou, e seus santos nos ajudam cada vez mais a vermos essa verdade por Ele revelada, que o homem não foi criado senão para os mais excelsos e sublimes destinos, sendo o maior de todos eles a participação da vida beatífica de Deus. Mas essa vida não destrói nem nega a vida terrestre e temporal, mas, ao contrário, busca plenificá-la e levá-la à perfeição justamente pela graça que nos procura, nos busca e nos eleva à altura, à profundidade, à largura de Deus. O ser humano não nasceu para si mesmo, mas n’Ele encontra a força e a capacidade de construir-se plenamente ser humano.

Ney César

Grupo de Jovens Ágape

De volta ao primeiro amor