Grupo de Jovens Ágape

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Para o Grupo de Jovens Ágape aprender a viver uma vida em comunidade à luz dos valores cristãos, constituindo a unidade e comunhão entre o grupo é o nosso maior propósito...afinal somos mais que participantes do mesmo grupo ou simplesmente amigos... o nosso valor principal é fazer parte de uma família...a família Ágape.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Refletindo a oração de São Francisco


A oração de São Francisco é uma das mais belas e deveria ser rezada cotidianamente por todos cristão, pois ela trata sobre nossa missão, fazer a vontade do Pai. Logo no início ela já mostra a sua essência: “Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz”. Esse deve ser o anseio do coração de cada um de nós, que nós possamos ser canal da paz de Deus no mundo. Mas isso não significa uma mera defesa da paz com discursos, campanhas, etc. É algo mais profundo, pois significa viver a paz antes de mais nada. 


A oração continua e nos mostra como é que somos instrumentos da paz: “Onde houver ódio que eu leve o amor, onde houver ofensa que eu leve o perdão, onde houver discórdia que eu leve a união”. Esses três anseios estão intimamente ligados e só podem ser vividos, também, à partir do intimo do nosso ser. Não há como fazer outra pessoa amar, perdoar e viver em união se ela não quiser, por isso não podemos levar esses valores ao mundo de forma externa, tentando fazer o outro praticá-lo. Só levamos o amor onde há ódio quando amamos quem nos odeia, quem não gosta de nós e quer nosso mal. Só levamos o perdão onde há ofensa quando perdoamos quem nos ofende. E somente quando amamos e perdoamos que podemos eliminar toda e qualquer discórdia que nos impeça de viver em união. 

"Onde houver dúvida, que eu leve a fé, onde houver erro que eu leve a verdade”. A dúvida muitas vezes nos angustia, causa medo, pode nos tirar a paz e nos levar ao erro. A fé é a certeza do que não vemos, é acreditar que Deus está acima de tudo e é o centro de nossa existência. Somente a fé nos faz caminhar quando tudo parece estar ruindo a nossa volta. Mas a fé não pode ser cega, deve estar guiada pela verdade. Cristo é a verdade e devemos ter fé e seguir aquilo que ele nos deixou. Por isso essa parte da oração nos mostra que seguir a Deus é também levar a verdade ao mundo, não só vivê-la intimamente, mas levar ao mundo a verdade que é Cristo, não deixar as pessoas viverem no erro. 


“Onde houver desespero que eu leve e esperança, onde houver tristeza que eu leve e alegria”. A esperança e a alegria devem ser características de todo Cristão. Se depositamos nossa esperança no Senhor não há porque cair em desespero e essa nossa esperança será sentida pelos que nos cercam e será levadas a eles. Sabendo que Cristo conseguiu para nós a salvação, que Deus nos ama tanto que entregou seu Filho para nos salvar, como podemos ser tristes? Essa alegria que vem de Deus deve expulsar de nós toda tristeza e devemos levá-las aos outros também. 

Depois de viver tudo isso, estaremos vivendo “onde houver trevas que eu leve a luz”. A luz de Deus a iluminar as trevas do mundo será nós mesmos, instrumentos da paz de Deus. 

Por fim a oração termina mostrando o caminho da felicidade que está na doação, no desprendimento de si, deixando o egoísmo de lado e se pondo a serviço dos outros: Ó Mestre, fazei com que eu procure mais, consolar que ser consolado, compreender que ser compreendido amar que ser amado. Pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado e é morrendo que se vive para a vida eterna”. 


Mariana Prado Borges

A inveja: uma blasfémia contra o Espírito Santo


«É pelo chefe dos demónios que expulsa os demónios» [...]. O que é próprio das pessoas maldizentes e animadas pela inveja é fechar, tanto quanto possível, os olhos aos méritos de outrem; e quando, vencidos pelas evidências, já não o conseguem fazer, depreciá-los e desvirtuá-los. Assim, quando a multidão exulta de devoção e se maravilha com as obras de Cristo, os escribas e os fariseus, ou fecham os olhos ao que sabem ser verdade, ou rebaixam o que é grande, ou desvirtuam o que é bom. Uma vez, por exemplo, fingindo-se ignorantes, disseram Àquele que tinha feito tantos sinais maravilhosos: «Que sinal realizas Tu, pois, para nós vermos e crermos em ti?» (Jo 6,30). Aqui, não podendo negar os factos com cinismo, depreciam-nos maldosamente [...] e desvalorizam-nos dizendo: «Ele tem Belzebu! [...] É pelo chefe dos demónios que expulsa os demónios». Eis, queridos irmãos, a blasfémia contra o Espírito, que prende aqueles que envolveu nas cadeias dum pecado eterno. Não é que seja de todo impossível ao penitente receber o perdão de tudo, se produzir «frutos de sincero arrependimento» (Lc 3,8). Só que, esmagado por um tal peso de malícia, ele não tem força para aspirar a essa honrosa penitência merecedora de perdão. [...] Aquele que, vendo à evidência no seu irmão a graça e a obra do Espírito Santo [...], não teme desvirtuar e caluniar, e atribuir insolentemente aos maus espíritos o que sabe pertinentemente ser do Espírito Santo, esse está de tal modo abandonado por esse Espírito de graça, que já não quer a penitência que lhe traria o perdão. Está completamente obscurecido, cego pela sua própria malícia. Com efeito, que poderá haver de mais grave do que ousar, por inveja para com um irmão a quem tínhamos recebido ordem de amar como a nós próprios (cf. Mt 19,19), blasfemar contra a bondade de Deus [...] e insultar a Sua majestade, querendo desacreditar um homem? 

 Isaac da Estrela, monge cisterciense Sermão 39, 2-6