A castidade nunca foi valorizada devidamente pela sociedade. Em épocas passadas ela era exigida às mulheres solteiras como um tabu moral, quanto aos homens, além dela não ser cobrada, eles eram estimulados pelos pais a se iniciarem sexualmente com prostitutas. Já a mulher que perdesse a virgindade antes do casamento estava fadada a sofrer discriminação e ser humilhada pela família e pela sociedade. Esse comportamento social era fruto de uma visão deturpada da sexualidade humana, que era vista como algo imoral.
A partir da década de 60 os jovens começaram a lutar para romper este paradigma, foi a chamada “revolução sexual”. Eles queriam acabar com tabus e preconceitos, contudo o resultado foi que saímos de uma visão errônea da sexualidade, a do sexo proibido, para uma outra visão igualmente errônea, a da libertinagem sexual.
Libertinagem e não liberdade, pois na liberdade há responsabilidade, conhecimento, consciência crítica e autocontrole. Na libertinagem a pessoa não é livre verdadeiramente, uma vez que se encontra presa aos seus desejos e à ordem social vigente, o que a faz tomar atitudes inconseqüentes, sem reflexão.
As conseqüências dessa libertinagem são desastrosas. Além das conseqüências visíveis, gravidezes precoces e indesejadas, disseminação de doenças, etc., há também aquelas que são mais perigosas do que muitos consideram, que são os danos emocionais.
A maioria dos jovens e grande parte dos adultos são pessoas afetivamente vazias. Buscam a satisfação sexual, porém não investem na satisfação emocional, são pessoas carentes afetivamente.
A grande causa de términos de relacionamentos, em especial dos casamentos, não é porque o amor acabou. É pelo fato de que ele nunca existiu. O que existia era paixão, atração e satisfação sexual, mas o amor não.
Os casamentos terminam porque as pessoas não toleram os defeitos e as características da personalidade do outro. Essa é a prova de que o amor verdadeiro não existia, pois como está escrito em 1 Coríntios 13, 4.7 “O amor é paciente, o amor é bondoso [...]” “Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”.
Quando os corpos se entendem sem um entendimento das almas fortalecido na oração e no diálogo, um sentimento vazio e sem raízes nasce, e o encanto nupcial da “primeira vez” tão sonhada em contos de fada modernos perde a magia e tudo se acaba em lágrimas.
O motivo de não haver amor no casamento é que ele não nasceu no namoro. O namoro não foi utilizado como período de conhecer ao outro e a si mesmo, e a gente não ama o que não conhece.
A maior parte dos namoros é baseada somente na paixão, na carne, na “magia do amor carnal”. A paixão é puramente física e já foi comprovado cientificamente que ela é passageira, durando de seis meses a um ano.
Além disso, ao contrário do amor, a paixão não permiti que se enxergue o outro como ele verdadeiramente é, com suas características, qualidades e defeitos. Daí, se um casamento decorrer de um namoro fundamentado na paixão, ele tem grandes chances de fracassar, pois somente então se descobrirá verdadeiramente quem é o outro, o que deveria ter ocorrido durante namoro.
Matrimônios que não possuem como cerne o amor verdadeiro e que não buscam o fortalecimento em Deus geram famílias desestruturadas. Essas famílias são responsáveis por muitos males, pois a formação dos filhos fica comprometida.
Esses males nascem da falta de amor dentro da família e são agravados pela falta de princípios e ensinamentos cristãos. Como exemplos podemos citar a violência, a falta de amor fraterno, o egoísmo e individualismo, diversas doenças emocionais (como a depressão), dentre outros. Esses mesmos males são gerados, e de forma até mesmo mais acentuada, quando famílias são formadas “acidentalmente” devido a gravidezes não planejadas e precoces.
O verdadeiro significado da castidade é evitar que o matrimonio se origine de um relacionamento baseado na paixão e/ou que “nenhuma família comece em qualquer de repente”, como diz a música do Pe. Zezinho.
Os jovens que desejam um casamento bem estruturado e feliz e que não querem correr riscos de sofrerem frustrações afetivas devem viver a castidade durante o namoro.
Ela sozinha não garante tudo isso, mas permitirá que o processo de conhecimento mútuo ocorra mais efetivamente. Nosso saudoso Pe. Léo disse uma vez em pregação: “A única coisa que nos faz realmente feliz é a capacidade de amar e ser amado. Sem amor a pessoa pode ter tudo, dinheiro, fama, prazeres... mas não será feliz.”
São por esses motivos que os jovens devem ter coragem de viver a castidade e não se envergonharem disso. O Prof. Felipe Aquino, apresentador do programa “Escola da Fé” na rede Canção Nova, diz bem dito que o sexo seguro é aquele feito depois do casamento, é claro, se o casamento for um casamento prudente, pois nenhum método anticoncepcional garante a completa prevenção a seus usuários.
Portanto é necessário discernir que castidade é santidade, é entregar-se por amor a Deus e a quem se ama. Se você ama, seja casto (a)!
Por Mariana Prado Borges e Eduardo Marques Moreira
Grupo de Jovens Ágape
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