Grupo de Jovens Ágape

devoltaaoprimeiroamor@gmail.com, Uberlândia MG, Brazil
Para o Grupo de Jovens Ágape aprender a viver uma vida em comunidade à luz dos valores cristãos, constituindo a unidade e comunhão entre o grupo é o nosso maior propósito...afinal somos mais que participantes do mesmo grupo ou simplesmente amigos... o nosso valor principal é fazer parte de uma família...a família Ágape.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013



Fé na juventude

http://www.cnbb.org.br/site/articulistas/dom-walmor-oliveira-de-azevedo/11364-fe-na-juventude
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte
A Igreja Católica, rumo à Jornada Mundial da Juventude, que será realizada no Rio de Janeiro em julho de 2013, promove a 50ª edição da Campanha da Fraternidade, com o tema “Juventude e Fraternidade”. Neste caminho, a Igreja consolida sua opção preferencial também pelos jovens, consciente dos desafios que tem de enfrentar para renovar sua linguagem, articular seu diálogo, inserir-se nas redes sociais e garantir espaço privilegiado aos jovens na experiência do seguimento de Jesus Cristo, sua mais importante tarefa evangelizadora.
Para a Igreja Católica, particularmente no Brasil, este é um ano da juventude. As grandes metas incluem a oferta de caminhos para que os jovens experimentem o encontro pessoal com Jesus Cristo, na condição de discípulos missionários, com uma presença mais ativa nas comunidades de fé. Assim, é possível fazer crescer os dons e talentos da juventude, ampliando sua participação na busca de uma sociedade mais solidária, lugar de vivência respeitosa e comprometida com o bem comum.
Essa aposta tão importante, no caminho deste tempo da Quaresma, está iluminada pelo horizonte comovedor e evangelicamente rico do anúncio feito pelo Papa Bento XVI, de que deixará o ministério petrino no próximo dia 28. Um acontecimento que remete a Igreja, de modo muito forte, pela envergadura espiritual e moral do Papa, ao mais genuíno da simplicidade evangélica. As inteligências são desafiadas na busca de razões que, elaboradas, ancoram uma decisão de tal porte e tão impactante. As mentes também ganham uma luminosidade incomum que exige assentamento na mais qualificada significação da condição de simples “servos da vinha do Senhor”, como o Papa Bento XVI dizia no dia de sua eleição como sucessor de Pedro, em 2005.
Ainda muito importante, é considerar o desafio posto a todos os que servem na Igreja, impulsionados a uma corajosa revisão na ocupação de cargos e lugares, no desempenho de responsabilidades e na coragem saudável de não gabar-se de nada e nem se considerar, absolutamente, mais importante ou privilegiado. Na apresentação de sua renúncia, o Papa Bento XVI diz que, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância na vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho é necessário vigor, do corpo e do espírito.
Não há inteligência que substitua, estratégias que se equiparem ou ações políticas e diplomáticas que alcancem a estatura e a força transformadora que virá sempre de quem cultiva esse acenado vigor espiritual. Neste momento oportuno, a Igreja percorre o caminho rico e interpelador do tempo da Quaresma, iluminada pelo brilhante testemunho de fé e de profunda intimidade com Deus, na vida e ministério do Papa Bento XVI. É chamada a avaliar, compreender e dar uma resposta adequada ao tesouro inesgotável de sua fé. Entre os muitos capítulos que estão sendo repassados, em busca de posturas e respostas novas, está o compromisso emanado da opção preferencial pelos jovens. A efetivação desta aposta, indispensável, inadiável e sempre atual no caminho evangelizador da Igreja, é um enorme desafio. Supõe muitas e profundas mudanças.
O intocável tesouro da fé, buscado cada vez mais na sua riqueza inesgotável, para ser aprendido e vivido, desafia o caminho pedagógico e formativo da Igreja, exigindo mudanças  iluminadas por uma compreensão capaz de produzir nova lucidez e intuir novas respostas. Não se trata apenas de multiplicar alguns eventos, retomar práticas ou simplesmente dar algumas indicações.  Os desafios são amplos. A cultura midiática, por exemplo, requer um conhecimento mais apurado, com resultados na abordagem das muitas e novas linguagens, para garantir aos jovens a vivência de experiências interativas, diálogos e, particularmente, testemunhos.
Importante, sobretudo neste tempo de Quaresma e na vivência da Campanha da Fraternidade, é cultivar, pela simplicidade evangélica, uma espiritualidade capaz de fortalecer sempre a opção preferencial pelos jovens.


Por Virginia Castro
Grupo Ágape
De volta ao primeiro amor


Uma dor sem limites

Fonte: http://www.cnbb.org.br/site/articulistas/dom-murilo-sebastiao-ramos-krieger/11298-uma-dor-sem-limites
Dom Murilo Krieger
Arcebispo de Salvador (BA)
Nas procissões de Sexta-feira Santa, em muitos lugares, ressoa, inquietante, o canto de Verônica. Fazendo-se intérprete de Cristo, pergunta aos que passam: “Ó vós, que passais pelo caminho, dizei-me se há dor semelhante à minha dor?” Não, não há dor semelhante à de Jesus Cristo, o Redentor, que assumiu os pecados do mundo e se ofereceu ao Pai em oferenda por todos nós. A fé nos ensina, contudo, que algumas pessoas são convidadas a participar de perto da dor do Senhor, completando na própria carne o que falta à paixão de Cristo (cf. Cl 1,24).
Para evitar dúvidas quanto ao que quero expressar, antecipo logo que não é da vontade do Pai que seus filhos sofram. O anúncio do Evangelho é marcado pela esperança e pela alegria. Jesus quer que sua alegria esteja em nós e a nossa seja completa. Se o sofrimento não é da vontade de Deus, como compreender, então, uma tragédia com as dimensões daquela que ocorreu em Santa Maria, na semana passada? A resposta está na liberdade que Deus deu a seus filhos e filhas. Criando-nos livres, deixa-nos fazer escolhas que podem ser certas ou erradas; permite-nos tomar decisões, mesmo que sejam motivadas pelo egoísmo, pela avidez do lucro ou pelo comodismo – decisões que poderão, inclusive, prejudicar pessoas, grupos e até multidões. Ao nos criar livres, o Senhor nos tornou responsáveis por nossos atos e omissões. Um dia responderemos pelo bom ou mau uso que tivermos feito de nossa liberdade.
Não é minha intenção analisar aqui as causas e os culpados de tantas mortes e de tão grande dor. Deixo essa tarefa para quem deve fazê-la, esperando que a façam com sabedoria. Lembro apenas que também as autoridades constituídas são responsáveis por suas escolhas, decisões e omissões, mesmo porque “toda autoridade vem de Deus” (Rm 13,1); portanto, deve ser exercida segundo suas leis. É notório que as boas decisões que as autoridades tomam revertem em benefício para muitos; já as suas más escolhas, a indiferença diante do não cumprimento de normas ou, simplesmente, o não cumprimento de suas obrigações têm, por vezes, efeitos devastadores na sociedade.
“Há dor semelhante à minha dor?” Não acredito que haja dor maior do que a de um pai ou de uma mãe que enterra seu filho ou sua filha. Uma dor assim é imensa, indescritível. Nessa hora, nascem e se multiplicam uma série de “Por quê?”. A impressão que muitos têm é que, havendo uma resposta para tais perguntas, a vida do filho retornará e, então, tudo voltaria ao normal. Esses “Por quê?” são como que um eco daquela pergunta que, no alto da Cruz, Jesus dirigiu ao Pai: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” Jesus se entregava nas mãos do Pai; o Pai estava ao seu lado, recolhendo a oferta que o Filho lhe fazia. Para Jesus, entretanto, era um momento de deserto, de solidão, de sofrimento absurdo. Não havia dor semelhante à sua dor. Já o efeito redentor desse momento não pode ser medido por nós, dadas as suas infinitas dimensões.
Espero dos pais (dos avós, dos irmãos, dos amigos) daqueles jovens da tragédia de Santa Maria que seus inúmeros “Por quê?” sejam unidos ao de Cristo; que se lembrem de que “tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus” (São Paulo, Rm 8,28); que vivam a certeza de que suas lágrimas não são inúteis; que do fundo de sua dor nasça um olhar para o Pai, mesmo que envolvido por algumas perguntas: Como foi possível que tudo isso tenha acontecido? Como vou viver daqui por diante, com essa dor? O que pode e deve ser feito para que outros pais e mães não passem pelo que estou passando? O que posso aprender de tudo isso? Como é a vida eterna, já que, segundo teu Filho, não vale a pena o homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder sua alma?... Das perguntas, poderá nascer uma oração, mesmo que muito simples: Pai, confio em ti. Por isso, coloco em teu coração misericordioso este meu filho, esta minha filha. Não é a oferta que eu gostaria de fazer; é, contudo, o que posso fazer, neste momento de dor que somente Tu és capaz de compreender plenamente.


Por Virginia Castro
Grupo Ágape
De volta ao primeiro amor

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Atravessando o deserto...


Em 2012 passei por grandes desafios, grandes desertos, e tambem acopanhei pacientes, familias e moradores de rua em situacao de grandissimo deserto....deserto de perspectiva, de futuro, deserto de ausência de pessoas para nos sustentar na caminhada (solidao das ruas, solidao da toxicodependencia, solidao de estar num quarto isolado de uma UTI, solidao das pessoas nao se importarem com aquilo que nos perturba...etc).

Ai olha só o que achei na Internet;...as palavras abaixo da religiosa irmã Glenda sao dirigidas especificamente aas mulheres, porém essas palavras servem para todos(as) nos, homens, mulheres, jovens, adultos....

http://www.youtube.com/watch?v=M0HrRRVwCmM

Achei simplesmente fantastico o que ela disse, e todo esse discurso está fundamentado na seguinte passagem das escrituras: 
Mateus 25:1-13. Se quiserem podem ler uma outra reflexao sobre esse mesmo trecho dos Evangelhos em http://www.celebrandodeus.com/Artigos/artigo_DezVirgens.asp

O que a irmã Glenda e essa passagem da Escritura estão nos dizendo?

Estão dizendo que, ao atravessarmos um deserto sem nenhuma perspectiva...precisamos de uma super gasolina turbinada para termos gás de atravessar o tal deserto.....sem isso não conseguimos sequer fazer um passo. Essa gasolina super turbinada, de acordo com as Escrituras, é a meditacao, a Graça, a Benção, o Amor Infinito de Deus sobre nós. Temos que receber e principalmente sentir na Alma e no Coração esse Amor senão nao vamos dar conta do recado. E para isso precisamos pedir ao Poder Espiritual sentir isso, perceber isso concretamente, através da meditação.

Alias esse é justamente o significado da oração monástica das 03h00. Esse é o momento o mais escuro e o mais frio do dia, geofisicamente falando...paradoxalmente, é um momento próximo ao raiar do dia (pois há apenas uma diferença de 03h00 entre este horário e o raiar do dia, que normalmente acontece aas 06h00...comparar esse período com um periodo de 12h que separa o inicio da noite - 18h00 - com o raiar do dia seguinte - 06h00 !). Entao nessa hora é necessário coragem, fé, esperança, força e muitissima garra para atravessar as 3 horas criticas que separam a intensa escuridão e frio do raiar do dia....por isso diversas ordens religiosas fazem oracoes nesse horario pensando em nossas fraquezas humanas, mas tambem pensando nas pessoas que sofrem...e que nao sabem que este sofrimento esconde um profundissimo aprendizado, necessário para preparar novas etapas de vida...que estão prestes a se revelar com o raiar do dia.

É por isso que se reza o terço da misericórdia aas 03h00...que lembra também o horario da morte de Cristo, momento de enorme escuridao e frio para este planeta. Minha amiga Rosely, mãe da Daniela faz isso sempre, e eu aprendi esse hábito após fazer uma experiencia de vida com a Ordem Monastica de Jerusalém, uma ordem religiosa francesa.

E a irmã Glenda fala algo muito pratico para todos(as) nós, mulheres e homens. Uma outra forma de termos acesso à gasolina super turbinada para atravessar o deserto é parar....serenizar o coração, a alma...recordar, pensar, refletir nos momentos de INTENSO AMOR QUE SENTIMOS. Esse Amor pode ser tanto o Infinito Espiritual que vem do Poder Supremo, dos Anjos, do nosso Anjo da Guarda, dos Santos.....da Natureza também...bem como pode ter um caráter humano, ligado a nossa familia, conhecidos, amigos....NAO IMPORTA A FONTE DO AMOR QUE RECEBEMOS, PRECISAMOS RECORDAR ESSES MOMENTOS DE FORMA INTENSA PARA REABASTECER NOSSA ALMA E NOSSO CORAÇÃO de energia, ternura, carinho, serenidade.

Ontem à noite parei para fazer essa meditação proposta pela Irmã Glenda..após
uma hora, ainda não havia terminado de recordar tudo...como somos indiferentes e inconscientes para com o Amor de Deus e o Amor dos(as) irmaos(as)!!!

Escrevo essas linhas para compartilhar com vocês tais pensamentos...meditem a respeito, espero que sejam úteis. E também escrevo simplesmente para dizer que cada um(a) de voces e suas familias sao MUITO importantes para mim...

Por João Destro
Grupo de Jovens Ágape  De volta ao primeiro amor

domingo, 13 de janeiro de 2013

Dando sentido ao sofrimento


O sofrimento humano não é vontade de Deus, ele é consequência da entrada do mal no mundo. A escolha humana pelo pecado, isto é, por aquilo que é mal, que afasta de Deus introduziu a morte e o sofrimento no mundo. Podemos perceber que os sofrimentos são quase sempre causas diretas ou indiretas das escolhas humanas.
No entanto, não devemos achar que o sofrimento pessoal é somente consequência dos pecados individuais. Se assim fosse, os santos não teriam sofrido. Nossa Senhora, que não pecou, muito menos. E ainda, Jesus Cristo que não tinha pecado e era Deus nunca poderia ter sofrido. Com a entrada do pecado no mundo o sofrimento passa a ser uma característica da condição humana, independente se a pessoa peca ou não.
Mas, por que Deus permite que seus servos, pessoas que buscam e vivem a santidade de forma heroica sofram ou mesmo sofram mais que outras pessoas? O que temos que entender é que Deus nunca permite que algo ruim aconteça se um bem maior não puder ser tirado daquilo. Do maior mal cometido pela humanidade, do maior sofrimento de um homem, que foi a paixão e morte de Nosso Senhor, Deus retirou a salvação para o gênero humano. Dos nossos sofrimentos cotidianos Deus também pode retirar bens maiores.
No entanto, para entender quais são esses bens, temos que entender que a coisa mais importante para Deus é a salvação de nossas almas. Deus quer-nos junto à Ele, para isso nos criou, para participarmos de Sua vida bem aventurada. Tudo que Deus faz ou permite que aconteça tem esse objetivo. Por isso é tão importante fazermos a vontade de Deus e pedirmos em nossas orações que a vontade Dele seja feita e não a nossa, mesmo que isso seja difícil para nós. Desta forma, o maior bem que pode ser retirado dos nossos sofrimentos é a salvação das almas, seja da nossa ou da de outras pessoas.
Compreendemos, então, porque os santos foram pessoas que sofreram tanto, não que o sofrimento sozinho santifique, mas eles souberam sofrer santamente. O sofrimento pode santificar quando o aquele que sofre oferece seu sofrimento à Deus, quando aceita sua cruz sem reclamar, murmurar, maldizer sua condição. Quando mesmo na dor a pessoa é serena, forte, não perde a fé, a esperança e a caridade. Viver o sofrimento dessa forma não é fácil, mas quando se sofre com fé, oferecendo o seu sofrimento pela santificação das almas, que é o que deve ser mais importante para nós, a dor torna-se mais suave, o sofrimento parece-nos mais suportável. Foi por isso que Cristo aguentou tamanho sofrimento físico, psicológico e moral, porque ele sofreu por amor, sabia que seu sofrimento não seria em vão. Santos que sofreram tanto, alguns por anos de dor, outros receberam até as chagas de Cristo, aliaram o seu sofrimento ao de Cristo, sofreram por amor a Deus e ao irmão e desta forma conseguiram contemplar Deus face a face e sem dúvida contribuíram para que inúmeras almas também o fizessem.
Por isso, aprendamos a sofrer na fé, por amor, sabendo que nosso sofrimento não precisa ser em vão, que ele pode ajudar nossa santificação e na dos irmãos. Porém, só conseguiremos assim sofrer quando Deus for o centro e razão de nossa existência. Quando amar a Deus e desejar viver junto Dele for mais importante que tudo nessa vida. Enquanto as coisas desse mundo nos seduzem e nos escravizam, enquanto ser feliz nessa vida for mais importante que a felicidade eterna, será muito difícil se não impossível sofrermos desse modo santo e santificador. Então, oremos e busquemos sempre a Deus em primeiro lugar, pois, como diz santa Tereza D’ávila, quem tem Deus nada falta, só Deus basta. Quando só Deus nos basta, todo sofrimento não parece nada frente a bem supremo que é Deus.

Por Mariana Prado Borges

sábado, 22 de setembro de 2012

Fazer a vontade de Deus

     ...seja feita a Vossa vontade, assim na Terra como no Céu. Esse trecho da oração do Pai Nosso, que é tão rezada por todos nós, é muito negligenciado em nossas vidas. Rezamos que seja feita a vontade de Deus e logo depois rogamos a Deus pedindo por inúmeras coisas, não aceitamos e até reclamamos de tantas outras coisas que transcorrem e por vezes insistimos em caminhos que não dão certo, em escolhas erradas. Afinal, o que é fazer a vontade de Deus? A vontade de Deus para nós são os planos que Ele tem a respeito de nossas vidas. É fato que fomos criados livres, mas quem melhor do que nosso Criador para saber o que é melhor para nós? Aceitar fazer a vontade de Deus é reconhecer nossa pequenês, nossa impotência e ignorância. Deus sabe o que é melhor para mim, eu não sei! 
     Mas o que é a vontade de Deus? O que Ele quer de nós? Primordialmente a vontade de Deus para nós é cumprirmos a finalidade de nossa criação. Fomos criados para participar da vida bem-aventurada de Deus, para sermos um com Ele. Quando o homem peca, ele nega que precisa de Deus e rejeita Seus planos para ele. Cristo, então, salva a humanidade de sua condição e devolve-nos a oportunidade de participar da vida de Deus. Mas, como somos livres, escolhemos se queremos isso ou não. A primeira dimensão em fazer a vontade de Deus é fazer tudo aquilo que aprendemos de Deus, fazer tudo aquilo que Jesus nos deixou para não perdemos a salvação que Ele nos deu na cruz. Cumprir os mandamentos e o que ensina o evangelho é a forma de fazer a vontade de Deus. A Santa Igreja foi deixada por Cristo com a missão de guiar seu povo no seu caminho, orientando-os a luz de Sua palavra, de seu evangelho. Por isso, permanecer ligado a Igreja e fazer o que ela nos orienta é também fazer a vontade de Deus. Afinal, os novos tempos trazem problemas e questões que não estão abordados claramente nas escrituras, não foram ensinados diretamente por Cristo. Por isso, a Igreja à luz de Seus ensinamentos orienta os fieis sobre o que é a vontade de Deus em temas contemporâneos.
     A outra dimensão em fazer a vontade de Deus é de cunho particular. Vimos que nosso primeiro chamado é de fazer parde da vida de Deus, mas cada um é chamado a uma missão especial em nossas vidas terrenas. Para cada pessoa Deus tem planos, planos esses que nos auxiliam a cumprir nosso primeiro chamado e a auxiliar outras pessoas a também o fazerem. Nesse ponto torna-se mais complicado compreender e fazer a vontade de Deus, pois temos que discernir nossa vocação particular e isso nem sempre é fácil. Para tal, entretanto, devemos nos colocar em constante oração, pedir a Deus, mas deixar claro que queremos que a vontade Dele permaneça ao invés da nossa. Estar aberto a fazer a vontade de Deus é deixar de querer ter o controle total de nossas vidas, de nossas escolhas e deixar que elas sejam guiadas por Deus.

Por Mariana Prado

domingo, 27 de maio de 2012

Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola


Santo Inácio de Loyola viveu nos conflituosos tempos da Reforma que caminharam para sangrentas guerras das religiões no final do século XVI. Ele foi o fundador da Companhia de Jesus, cujos membros são conhecidos como os jesuítas, uma ordem religiosa católica romana, que teve grande importância na Reforma Católica. Atualmente a Companhia de Jesus é a maior ordem religiosa católica no mundo.
Ele desenvolveu os chamados Exercícios Espirituais que são qualquer modo de examinar a consciência, meditar, contemplar, orar vocal ou mentalmente e outras atividades espirituais.Trata-se, pois, de uma metodologia de desenvolvimento espiritual, proposta por Santo Inácio de Loyola.
Estes exercícios espirituais possuem três grandes metas:
- ser uma “escola de oração”, promovendo uma profunda união com Deus;
- desenvolver as condições humanas e espirituais para que o exercitante possa tomar uma decisão importante na sua vida;
- ser uma ajuda para a pessoa alcançar a liberdade de espírito, através da consciência do significado de sua existência, discernindo o que mais a conduz para a vida em plenitude.
Os EEs podem ser praticados na modalidade de um “RETIRO ESPIRITUAL”. Ou seja, afastando-se do seu local de vida e de atividades cotidianas, “retira-se” para um lugar mais propício à meditação ou ainda sem se afastar de seus afazeres diários você poderá fazer os exercícios no dia-a-dia de sua vida.
Planeje sua caminhada espiritual: inicie a prática dos exercícios espirituais, reservando trinta minutos diários à meditação. Se possível, faça o exercício no início do dia, antes de iniciar os seus afazeres, em ambiente silencioso que possibilite a concentração de todo o seu ser.
Passos para os Exercícios Espirituais
- Colocar-se na presença de Deus: Oração é diálogo! Por isso, é imprescindível para a oração firmar convicção de que efetivamente esse alguém está comigo, para me ouvir e me falar, para relacionar-se comigo como duas pessoas que convivem e partilham dons e bens.
- Pedir a Graça de Deus: Trata-se, neste momento, de apresentar a Deus o pedido da Graça que quero e desejo alcançar na oração.
- Meditar a Palavra de Deus: Feito o pedido, leia com atenção o texto bíblico proposto para o exercício do dia. O que Deus está me dizendo através desta palavra? O que isso pode significar para mim, na situação em que vivo atualmente? Demorar-se na meditação do texto bíblico, sem pressa, permitindo que a Palavra de Deus ecoe no íntimo de seu ser e existir.
- Fazer um Colóquio com Deus: fale a Deus o que você tem sentido. Numa relação de confiança e amizade autêntica, não tenha receio de manifestar a Deus os verdadeiros sentimentos e pensamentos que o presente Exercício Espiritual suscitou em você.
- Anotar: Concluído o Exercício, procure anotar em seu diário espiritual as percepções mais significativas da oração. O que mais me marcou interiormente? Que sentimentos, moções ou percepções a oração suscitou em mim?
Para ajudar o processo dos exercícios espirituais todos os dias você pode reservar um tempinho para refletir e responder a algumas perguntas, tais como:
Qual foi o momento hoje que me trouxe maior satisfação interior?Qual foi o momento hoje que me trouxe menor satisfação interior?
Quando foi que dei e recebi mais amor hoje? Quando foi que dei e recebi menos amor hoje?
Quando me senti mais cheio de vida hoje?Quando me senti mais feliz hoje?Quando me senti mais triste hoje?
Como você sintetizaria o propósito especial de sua vida?
Qual foi o seu maior aborrecimento hoje ou quando é que você se sentiu triste, desamparado ou com raiva?
Você deve imaginar-se aos 75 anos de idade e a beira da morte. O que lhe traz maior satisfação interior? O que lhe traz menor satisfação e que você gostaria de ter feito de forma diferente em sua vida?
Os exercícios espirituais exigem persistência e constância para assim se alcançar os benefícios da meditação, reflexão e autoconhecimento. Na medida do possível, procure um acompanhamento espiritual com um jesuíta ou alguém que já tenha feito os Exercícios Espirituais completos. Neste acompanhamento você poderá partilhar sua experiência espiritual, procurar discernir o caminho percorrido e a direção dos próximos passos.
Fonte: Adaptado de www.domtotal.com e do livro: Como questionar a vida com sabedoria? De Mathew Linn, Sheila Fabricant Linn e Dennis Linn.
Por Virginia Castro
Grupo de Jovens Ágape
De volta ao primeiro amor

segunda-feira, 30 de abril de 2012

O aborto como "ajuda humanitária"


Na postagem anterior eu mostrei como os defensores do aborto utilizam da idéia de um "direito ao corpo" como um argumento para a defesa da liberalização do aborto. O que eles não veem, ou não querem ver, é que não só o aborto é condenável, mas a sua liberalização também, pois os direitos às liberdades individuais não devem nunca se sobrepôr aos direitos dos outros (ou seja, dos nascituros) à vida. Esse é um dos princípios básicos da democracia ocidental. Mas outro argumento que utilizam é a da ajuda humanitária a mães e famílias necessitadas. Quero falar hoje sobre essa falácia que impregna tanto nossa mente em nossos tempos.

É claro que pessoas carentes, materialmente, necessitam ser ajudadas. Um dos princípios fundamentais da Doutrina Social da Igreja é o princípio da subsidiariedade, que consiste em promover uma base de apoio de desenvolvimento autônomo para pessoas que carecem de meios para iniciar por si próprias esse desenvolvimento. Ou seja, a subsidiariedade não é simples doação de bens, mas efetivação de condições materiais e espirituais para que pessoas e famílias pobres possam se desenvolver por si mesmas. Incluem programas de todos os tipos: educacionais, de saúde, de inserção social, etc.

No entanto, a defesa do aborto como ajuda humanitária peca não somente pelo ato em si, mas também por esconder o que podemos chamar de "preguiça social". Todos conhecemos o ditado: é melhor ensinar a pescar do que dar o peixe todos os dias. Pois, essa preguiça social diz que é melhor acabar com a família do pescador para que não tenhamos que alimentá-lo tanto!... O ideal na busca pela solução da questão social não é tirar a vida daqueles que, presumivelmente, deixam-na mais difícil, embora contribuam para a beleza da vida, mas encarar o problema com coragem e atacar suas raízes.

No entanto, muitos preferem fazer uma escolha: ou alimentar a beleza da vida com a beleza única de cada ser humano ou tentar solucionar os problemas sociais. Não conseguem admitir que têm de escolher os dois! Não abrir mão de nenhum ser humano e não abrir mão da solução dos problemas. Dizem que é impossível, e isso ou é preguiça ou é uma falta enorme de esperança no ser humano que denuncia seu humanismo como verdadeiro anti-humanismo.

Está em voga hoje o Neomalthusianismo, idéia social que defende a esterilização coletiva das pessoas pobres como remédio para a pobreza. Eu sei que é mais complexo do que isso, mas o princípio é esse mesmo. No entanto, essa idéia, nascida no seio dos países ricos como justificativa para as disparidades econômicas no mundo, é uma tentativa de lavar as mãos daqueles que se sentem constrangidos por suas consciências a sair de sua zona de conforto e luxo para ajudar aqueles que não tem condições atuais de se promoverem. No entanto, vem a pergunta: o problema é a pobreza ou são os pobres? Para os neomalthusianos, são os pobres.

Está mais do que provado que a questão social não vai ser resolvida com a morte generalizada dos nascituros e com esterilização das pessoas, num cenário que mais lembra distopias em que o ser humano considera seus próprios filhos como problemas, e não como riqueza. Os problemas sociais vão ser resolvidos com trabalho. Não existe outro caminho para a melhoria das condições de vida de cada um e de todos. Os dois únicos princípios são: auto-iniciativa e subsidiariedade. Mas muitos pensam que é deveras difícil, e preferem destruir vidas do que plantá-las para um futuro melhor.


Ney César.